sábado, 13 de dezembro de 2008

EM QUE O IV CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO COLÉGIO SÃO FRANCISCO XAVIER NOS FAZ PENSAR

EM QUE O IV CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO COLÉGIO SÃO FRANCISCO XAVIER NOS FAZ PENSAR
Wanderson Martins de Oliveira
O Congresso teve como temática principal um assunto muito debatido e estudado por especialistas das áreas de educação e saúde. Esta aproximação dos dois campos de estudos acontece pelo fato de pesquisadores já demonstrarem que uma aprendizagem consolidada não envolve apenas questões pedagógicas, mas também psicológicas, psicopedagógicas, neurocientíficas, fonaldiológicas e tantas quanto forem necessárias. Ou seja, para aprender não bastam apenas metodologias pedagógicas muito bem elaboradas. É preciso ter consciência e conhecimento do Ser Humano em todas as suas dimensões> Por isso pode-se dizer que o Ser Humano e suas complexidades é entendido, pela educação inovadora, como riqueza e desafio.
“O Despertar das Inteligências” nos deixa pistas de como a educação, na Era Contemporânea, está voltada para as preocupações essencialmente Humanísticas. Se queremos novas possibilidade para uma educação inovadora, novamente o digo: o caminho a ser percorrido é o que tem no centro de suas preocupações o Homem. O filósofo grego Sócrates (470 a 399 a.c) em sua época já apontava para questões antropológicas. “Conheça-te a ti mesmo” dizia o estagerinta. Para ele o homem é a sua alma e, se o homem é a sua alma, cuidar da alma é cuidar de si mesmo. Aqui vê-se desdobrar pela primeira vez, de modo bem metódico, a educação centrada no Ser Humano. Para Sócrates, é tarefa suprema do educador ensinar aos homens a cuidar da própria alma.
Para atender esses objetivos, várias ciências têm se despontado no sentido de propiciar meios para que a educação possa cumprir seu papel com mais eficiência. E, uma delas é a Neurociência.
Para a neurociência, o homem está em contato com o mundo através do cérebro. Isso é importante destacar porque do séc. XVI e XVII até a primeira metade do séc. XX as bases definidoras da ciência eram a partir das diretrizes mecanicistas. A partir do séc. XX pensadores como Jurgen Habermas (1929) pesquisadores como Sigmund Freud (1856 – 1939) e Eric Fron (1900 – 1980) defenderam a idéia de que o Ser Humano não é apenas aparelho orgânico-biológico, mas há de se considerar um aparelho psíquico-emocional. Hoje, já é concenso nas academias científicas que o homem é um ser composto de emoção e razão e, segundo a Profª Leonor Bezerra Guerra, o Sistema Nervoso funciona para garantir o bem-estar do indivíduo. Isso quer dizer que ele capta as informações do meio através dos órgãos dos sentidos e transforma essas informações em mudança nas estruturas cerebrais. Segundo a Psicologia Moderna, mudanças nas estruturas cerebrais significam mudança de comportamento, ou mudança de comportamento significa mudança nas estruturas cerebrais. Sendo assim, o cérebro é o órgão da aprendizagem.
Se o cérebro é o orgão do aprendizado, a demanda dos educadores é entender a estrutura e o funcionamento cerebral de modo que este entendimento proporcione maior e melhor eficácia no processo ensino-aprendizagem. Questões como: A formação da memória, como o indivíduo consegue prestar atenção, o que seria níveis de atenção, como o sono interfere no aprendizado e a neuroplasticidade, são de interesse da comunidade docente.
Para a doutora Leonor, a aprendizagem é transformada em comportamento no sono e a emoção é o “carro-chefe” do aprender, pois não há cognição sem emoção. Por isso deve ser considerada no ensino.
Mas, para que estas mudanças sejam consolidadas de fato, não podemos deixar de pensar em uma Escola Democrática. Do ponto de vista dos profissionais da saúde, todas as observações citadas até aqui são de peculiar importância pois, para a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde não é apenas ausência de doença, é bem-estar físico-psiquico-emocional. A construção individual do conhecimento requer estado de bem-estar.
Para que isso seja percebido com a devida atenção pelos educadores, não podemos deixar de considerar o aspecto epistemológico da democracia na educação. A professora Helena Singer, uma autoridade em Sociologia da Educação, apresentou experiências inovadoras sobre democracia escolar e motivação dos alunos. Para a doutora a escola deve ser vista como uma Comunidade de Aprendizagem onde todos, pais, alunos, professores e outros profissionais da escola, sintam-se responsáveis pela educação. Uma escola em que todos participem e são co-responsáveis no processo de aprendizagem
Nesta co-responsabilidade, um aspecto importante na Educação Democrática é o carater inovador. Ainda segundo Helena Singer a inovação na escola é importante e necessária no mínimo por três razões: 1) Exigências do mercado às novas tecnologias. (2) As teorias contenporâneas sobre aprendizagem pontuam sempre este caráter inovador, sobretudo, as teorias cognitivistas. (3) É exigência de uma sociedade mais solidária, principalmente, no que diz respeito à concepção de consumo. Por isso a escola deve ser capaz de ensinar ao aluno a criar projetos. A escola deve investir na Pedagogia de Projetos. Isso não é apenas mais uma teoria educacional. O mercado de trabalho e a competência cidadã do séc. XXI exigem que o cidadão construa seu projeto.
A escola deve estar preparada para estes desafios, inovando e percebendo mudanças. Mudança, no mundo globalizado, não é motivo para causar estranheza, mas, é preciso que aprendamos a lidar com as mesmas. Por isso Pedro Demo (1996) diz que o verdadeiro conhecimento é aquele que desconfia do conhecimento verdadeiro. Edgar Morim (2000) fala em lidar com as incertezas como uma das Sete Competências para a Educação Contemporânea. Com isso aprendemos que nada é fixo, pronto, 100% correto. O devir heraclitiano é uma realidade para o educador trabalhar, a cada dia, no exercício da docência. “Um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio”. Heráclito (544 a.c)
Por fim, entendesse que o docente nunca deve desacreditar no potencial humano O Ser humano é riqueza e complexidade e é nessa riqueza e complexidade que está a grandeza do homem.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

REALE, Giovanni. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1994-1995.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996.
MARIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.


QUESTÕES PARA ESTUDOS


 Cliscemia e atenção;
 Os níveis de atenção dependem do nível de clicose;
 Sinapce – Formação de memória;
 Sono e memória;
 O que é Ipocampo;
 O que tem no cérebro de genético;
 “Para aprender é preciso auto-confiança
 Filme recomendado: Aprendiz de um Sonhador

- Graduado em Filosofia e especialista em Psicopedagogia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais,, graduando em Psicologia pela Faculdade Pitágoras e à 02 (dois) anos trabalha no setor de Atendimento Escolar da SRE.(Superintendância Regional de Ensino de Cel Fabriciano

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