sábado, 3 de maio de 2008

SER E TEMPO DE MARTIM HEIDEGGER




Disciplina: História da Filosofia contemporânea I
Curso: Filosofia
Professor: Maurício

RELATÓRIO – PALESTRANTE: JEFERSON

Segundo o palestrante, a obra Ser e Tempo de Martim Heidegger não é obra filosófica.
Heidegger teve como objetivo a investigação fenomenológica do ser, analisar o sentido do ser, sua primeira preocupação foi se perguntar para que serve o ser?
Heidegger quer que tenhamos a visão do espaço da existência, o ser humano entra na existência e logo após sai e procura o tempo todo romper com a morte. Ele conseguiu perceber o que ninguém via entrar de posse através de uma investigação própria.
O ser humano não é separado do mundo, ele entra na existência, toma conhecimento do mundo que ele próprio não criou e ao qual se acha submetido num primeiro instante. Assim além da herança biológica existe também toda uma carga cultural que depende do tempo e do lugar onde nasceu.
A partir daí percebemos segundo a palestra que o ser humano não é autêntico e sim inautêntico, que o homem não tem controle da existência, a vida vai tomar conta dele. Tenho as coisas da minha vida, eu não sou dono dela, ela me possui, um exemplo é a saudade que faz parte da vida humana. Ao entrarmos na existência, possuímos realmente as impressões segundo os órgãos receptivos, assim Heidegger analisou o ser no tempo da existência, ele contemplou no espaço da existência, o fato a ser analisado, “existir e estar.” Estou dentro da existência, se meu corpo está inerte, se morro, deixo de existir.
O ser humano para Heidegger tem existência, o fazer é a própria existência. O palestrante deu alguns exemplos do cotidiano familiar e nos fez perceber como a presença se instala na existência, e dentro do ser se instala a presença. Não é somente a materialidade, mas a presença que se instaura num momento especial. Exemplo: corpo inanimado (morte) e fotografia (lembrança viva). Assim é do sentido que o homem imprime a sua presença.
A palestra deu prosseguimento com a explicação sobre a análise que Heidegger faz do ser humano separando-a em três características, e elas revelam a inautênticidade da existência. Na primeira característica Heidegger afirma que a vida do ser humano é inautêntica porque ela tem poder sobre uma pessoa. Esta pessoa foi lançada no mundo da existência, sem saber porque. Quando ela se desperta para a percepção da consciência deste fato ela já está aí sem vontade própria dela.
Na segunda característica estabelece relação com o mundo. Para existir nesta existência pré-determinada a pessoa do ser humano projeta sua vida e age no campo da possibilidade. Ela é levada pela existência a se mover em uma busca, com a finalidade de se tornar tudo que ele ainda não é.
Analisando a terceira característica Heidegger analisa que ao buscar realização dos seus projetos o ser humano sofre interferência que o desviam de sua caminhada existencial. Instala-se o confronto entre o eu com os outros. Neste confronto o ser humano comum é derrotado. Sua identidade é destruída, dissolvendo-se numa massa; a massa humana. Não se torna “se mesmo” mas aquilo que os outros desejam que se torne.
Heidegger descobre a primeira verdade, somos seres para a morte não tem outra saída para os seres humanos. Assim a angustia que revela a impessoalidade no cotidiano provoca o ser humano a querer a vida autêntica. “O mundo surge diante do homem, aniquilando todas as coisas particulares que o rodeiam e, portanto, apontando para um nada”. Surge então nele a percepção de ser um ser vazio e um ser para a morte. O ser humano neste momento, só tem a alternativa de fugir par ao esquecimento de sua dimensão profunda, isto é, retornar ao cotidiano e superar esta angústia com sua mente poderosa e a si mesmo como pessoa.
Assim Heidegger nos faz perceber que o homem pode e consegue transcender a si mesmo como pessoa, e com isto atribuir sentido ao ser.

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