terça-feira, 15 de abril de 2008

Este trabalho foi realizado na disciplina Tópicos especiais de marxismo no curso de FILOSIFIA.
Leia, tenho certeza que vai gostar!
Refletir é viver!!!!
NEIVA MACHADO
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MARX, Karl. A ideologia Alemã. Karl Marx e Friedrich Engels. Trad. Luis Claudio de Castro e costa. Ed. Martins Fontes: São Paulo,2002. Cap. 1, p. 6-54.

O autor , analisa e discute neste capítulo a crítica alemã, demonstrando que toda a base da ideologia alemã brotou do solo de um sistema filosófico determinado, o sistema hegeliano. E nessa dependência de Hegel não houve um só critico moderno que tenha tentado fazer uma critica do conjunto ao sistema hegeliano e toda critica filosófica limita-se à critica das representações religiosas. O que para alguns jovens hegelianos, as representações, idéias, conceitos, enfim, os produtos da consciência aos quais eles próprios deram autonomia, eram considerados como verdadeiros grilhões da humanidade.
Esse estudo identifica o que Marx explicitou foi que, embora possamos tentar compreender e definir o homem pela consciência, pela linguagem, pela religião, o que fundamentalmente o caracteriza é a forma pela qual reproduz suas condições de existência.
Ao analisar o homem, um ser histórico-social, significa que o homem é o conjunto de todas as suas relações com a natureza (mundo) e com a sociedade (história). O homem realiza, a sua própria essência pela autogeração histórica de si através da transformação do mundo. O homem é um ser que está em relação com a natureza e para Marx a natureza é antes de mais nada o mundo não humano que se oferece à ação do homem e que deve satisfazer as suas necessidades. Estas necessidades obrigam o homem a relacionar-se com a natureza, pois é nela que encontra a satisfação dessas necessidades. O existir humano decorre do agir, assim o homem se auto produz à medida que transforma a natureza pelo trabalho.
A constatação de que ao analisar os estágios de desenvolvimento da divisão do trabalho podemos observar que a primeira forma da propriedade é a propriedade tribal. Ela corresponde àquele estágio rudimentar da produção em que o povo se alimenta da caça e da pesca, do pastoreio ou, eventualmente, da agricultura.
A Segunda forma da propriedade é a propriedade comunal e propriedade do estado, encontrada na antigüidade e proveniente sobretudo da reunião de várias tribos em uma única cidade, por contrato ou por conquistam e na qual subsiste a escravidão.
A terceira forma é a propriedade feudal, a base econômica é a propriedade dos meios de produção pelo senhor feudal. O servo trabalha um tempo para si e outro para o senhor, o qual além de se apropriar de uma parte da produção do servo, ainda lhe cobra impostos pelo uso comum do moinho, do lagar,etc.
As representações ,o pensamento, o comércio intelectual dos homens aparecem aqui ainda como a emanação direta de seu comportamento material. Nesta análise percebe-se que o homem sabe o que ele é através da mediação dessa criação pelo trabalho. Essa produção consiste em fazer da natureza a sua obra e realidade humana. Este é o sentido do trabalho. O homem objetiva nele a sua vida e chega à consciência real de si mesmo, porque ele se desdobra realmente como criador e se completa no mundo criado.
A análise histórica demonstra fatos de suma importância e o primeiro fato histórico é portanto, a produção dos meios que permitem satisfazer essas necessidades, a produção da própria vida material; e isso mesmo constitui um fato histórico, uma condição fundamental de toda a história que se deve, ainda hoje como há milhares de anos, preenchendo simplesmente para manter os homens com vida. Todos sabem que os alemães nunca fizeram; portanto nunca tiveram base terrestre para a história e embora os franceses e os ingleses só tivessem visto sob o ângulo mais restrito a conexão desse fato com o que chamamos de história.
O segundo ponto de analise a examinar é que uma vez satisfeita a primeira necessidade, a ação de satisfazê-la e o instrumento já adquirido com essa satisfação levam a novas necessidades – e essa produção de novas necessidades é o primeiro ato histórico.
A terceira relação, que intervém no desenvolvimento histórico, é que os homens, que renovam a cada dia sua própria vida, passam a criar outros homens, a se reproduzir. É a relação entre homem e mulher, pais e filhos, é a família. Esta família, que é inicialmente a única relação social, torna-se em seguida uma relação subalterna (exceto na Alemanha), quando as necessidades acrescidas geram novas relações sociais e o aumento da população gera novas necessidades.
O autor faz algumas considerações colocando em pauta pontos importantes “da Produção da consciência” que na verdade é um fato empírico que, na história decorrida até hoje, os indivíduos foram cada vez mais submetidos a uma força que lhes é estranha, e revela em última instância, como mercado mundial. Mas tem base empírica o fato de que essa força para os teóricos alemães será superada com a derrubada do estado social, pela revolução comunista e pela abolição da propriedade privada, que lhe é inerente então a libertação do indivíduo se realizará na medida que a história se transformar em história mundial. Está claro que a verdadeira riqueza intelectual do indivíduo depende da riqueza de suas relações reais. é assim que cada indivíduo será libertado das diversas limitações nacionais e locais, sendo colocada em relações práticas com a produção do mundo inteiro e desfrutar a produção em todos os seus domínios. A dependência universal é uma forma natural da cooperação dos indivíduos em escala histórico –mundial, será transformada por essa revolução comunista em controle e domínio consciente dessas forças que, engendradas pela ação recíproca dos homens entre si como se fossem forças estranhas, e os dominaram.
Vê-se também algumas analises de Feuerbach, quanto às relações recíprocas dos homens que visa unicamente provar que os homens têm necessidade uns dos outros e que sempre foi assim. A filososfia da história de Hegel é a ultima expressão conseqüente, levada à sua “mais pura expressão”, os alemães não se fala de interesses reais, nem mesmo político, mas de idéias puras e essa história não pode deixar de aparecer a são Bruno como uma seqüência de “idéias” e acaba por parecer na “consciência de si”. E para são Max Stirner que nada sabe da história real, a cuja visão só consegue escapar pela “dessacralização”. Concepção essa que é de fato religiosa, e supõe que o homem religioso é o homem primitivo do qual parte toda história, e substitui na sua imaginação, a produção real dos meios de vida e da própria vida por uma produção religiosa de coisas imaginárias.
Por fim, Marx descobre a dimensão da praxis histórica, momento decisivo da história humana. Não se tratando como em Hegel, da história enquanto pensada e compreendida no seu sentido, mas da história que se realiza, se transforma e se cria pela praxis e pensa essa praxis histórica a partir das categorias da modernidade. Marx permanece também nas categorias da modernidade ao pensar a liberdade a partir da relação.
A importância do capítulo é inegável, pois o autor amplia o suporte teórico e reflexivo do estudo, e formulam suas idéias a partir da realidade social, Segundo Marx, para estudar a sociedade não se deve partir do que os homens dizem, imaginam ou pensam, e sim da forma como produzem os bens materiais necessários à vida. Analisando o contrato que os homens estabelecem com a natureza para transformá-la por meio do trabalho e as relações entre si é que se descobre como eles produzem sua vida e suas idéias. E assim o autor fundamenta sob a perspectiva histórica uma das teorias sobre as quais se estabelece o enfoque sobre a ideologia em geral e a ideologia alemã.
Assim sendo, é uma obra de caráter reflexivo, merece atenção especial de estudantes, historiadores e filósofos, preocupados em refletir sobre a hitória da vida humana, levando-os a utilizar suas habilidades intelectuais, a exercitar o pensamento reflexivo.

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